Papai Noel já distribuiu os presentes neste ano. Entretanto, o clima natalino ainda está no ar. A Apae de Ivinhema (MS) foi uma das homenageadas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque (New York Stock Exchange — NYSE) neste Natal. Um ornamento personalizado comemorativo da organização estará pendurado em uma das árvores natalinas que ficam em frente à entrada da Bolsa até o fim deste ano.

A Apae de Ivinhema recebeu a homenagem graças à parceria firmada com a Adecoagro, empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de Nova Iorque. O vínculo nasceu em função do programa Emprega Apae, que é alicerçado na metodologia do Emprego Apoiado (EA), onde as duas instituições trabalham em conjunto identificando e preparando pessoas com deficiência para serem inseridas no mercado de trabalho.

Com mais de 20 anos de história, a Adecoagro é uma das principais empresas produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul. A empresa está presente no Brasil, na Argentina e no Uruguai e seus negócios incluem a produção de açúcar, etanol, energia, leite, arroz e grãos.

Segundo a coordenadora de Inclusão no Mundo do Trabalho da Federação das Apaes do Estado de Mato Grosso do Sul (Feapaes-MS), Nilse Passarini, essa parceria tem sido fundamental para a inclusão das pessoas com deficiência em Ivinhema e nos municípios vizinhos.

“Por meio dessa parceria, nós realizamos a busca de pessoas com deficiência na comunidade, fazemos a avaliação inicial de perfil, documentos e laudos que se encaixam na Lei de Cotas e, em parceria com a Adecoagro, analisamos o perfil dessas pessoas e as vagas disponíveis. Depois, encaminhamos elas para as entrevistas. Após a seleção, acompanhamos todo o processo de contratação, adaptação à vaga e à empresa. Verificamos suas necessidades de apoio e realizamos acompanhamentos periódicos para garantir não apenas a inclusão, mas também a permanência e sucesso no mercado de trabalho”, frisa.

Nilse destaca que as pessoas com deficiência que foram encaminhadas para o mundo profissional pelo programa se mostram realizadas. De acordo com dados da coordenadora, atualmente, há 84 pessoas cadastradas em Ivinhema, cidade com menos de 30 mil habitantes.

“É um número bem significativo. E desse total que a gente conseguiu encaminhar para a inclusão, eles estão muito satisfeitos, se mostram felizes e realizados com a oportunidade. Além disso, a Adecoagro, em nossos diálogos, se mostra satisfeita com os resultados do trabalho realizado, com o trabalho da equipe e o uso da metodologia do Emprego Apoiado”, acrescenta.

A analista de Diversidade da Adecoagro, Simone Rezende de Queiroz, é uma das responsáveis pela parceria com a Apae de Ivinhema e corrobora com as palavras da coordenadora da Feapaes sul-mato-grossense. “Entendemos que é uma metodologia que dá bastante resultado. A gente desenvolve as pessoas a partir das habilidades dela sem olhar para a limitação. A metodologia é um pouco diferente do tradicional, onde você capacita as pessoas e depois coloca no mercado de trabalho. Na verdade, com essa metodologia, é o contrário. Você dá um emprego e insere essa pessoa na atividade”, ressalta.

Simone salienta que, de fato, a metodologia do Emprego Apoiado tem sido bastante elogiada e é bem-sucedida na empresa. “Todas as pessoas que foram contratadas continuam trabalhando com a gente. Esse processo de acompanhamento é extremamente relevante para o aprendizado da área toda, e concluímos, junto aos gestores, que realmente a metodologia é bem efetiva”, conclui.

Nilse Passarini diz que agora o objetivo é expandir a metodologia do Emprego Apoiado para as demais Apaes do país e, consequentemente, desenvolver a plena inclusão das pessoas com deficiência por meio do trabalho.

“Essa é a metodologia do futuro”, enfatiza. “Nosso trabalho tem ido além dos limites do município. Escolas, pessoas com deficiência de outros municípios e outras empresas têm nos procurado para buscar mais informações sobre como a gente realiza o programa Emprega Apae. Então, a gente está caminhando para que esse programa seja implementado em outras unidades e melhorado, para que a gente possa atingir um número maior de pessoas com deficiência e, assim, inseri-las no mercado de trabalho”, reforça.