É polêmica! Sem dúvida, muitos pais se perguntam: fazer ou não fazer o tratamento biomédico? A ideia não é defender ou repudiar o tratamento, mas explicar o que ele é, como funciona. E veja que não existe um tratamento biomédico.
Então vamos começar pelo início.
O que é esse tratamento biomédico para autistas?
O termo biomédico abrange um grande leque de tratamentos para autismo. Quando um pai ou mãe conta que seu filho está fazendo tratamento biomédico, existe um grande número de possibilidades referentes à intervenção médica realizada.
Pesquisas demonstram que grande parcela das crianças com autismo apresenta intolerância a algumas substâncias. Nesse sentido, acho bastante interessante que ao menos se façam testes de alergia em crianças autistas. Na verdade, seria legal se toda criança fizesse teste de alergia, não?! Por que será que não se fazem testes de alergia em todas as crianças já nos primeiros anos de vida?
Mas existem médicos que têm uma interpretação além: atualmente, há um número considerável de médicos que acredita que todo autista tem alergia alimentar. Outros ainda vão mais, acreditando que a alergia alimentar seria uma das causas ou a causa para o autismo. Ao contrário do que muitos pensam, essas teorias não se contrastam com a visão de que o autismo possui causa genética, até porque tais alergias alimentares seriam genéticas. Nesse passo, indicam-se dietas para autistas, com restrição de acesso a certos alimentos.
Por outro lado, existem médicos que consideram tais teorias absurdas, afirmando que não há relação entre alergia alimentar e autismo. No meio dessas discussões estamos nós, pais, que ficamos nos perguntando: fazer ou não fazer um tratamento que suprima o acesso a certos tipos de alimento? Ao tomar essa decisão, mil questionamentos passam por nossas cabeças. Acredito que o primeiro delas seja: há comprovação científica de que o tratamento por meio de dieta alimentar tenha algum resultado.
Um dos expoentes na área mora no Brasil e se chama Aderbal Sabrá. Ele é Coordenador do curso de Medicina da Unigranrio, possui pós-doutorado em Gastroenterologia pediátrica em Denver/Colorado e na Wayne State University/Michigan, pós-doutorado em Imunologia na Georgetown University/Washington. Ele pesquisa o tema há 18 anos, tanto pela Unigranrio quanto pela Georgetown University, em associação com o renomado imunologista norte-americano Joseph Bellantti.
Ele foi o primeiro cientista a afirmar que alergia alimentar interfere nos neurônios, podendo causar convulsão, hiperatividade, transtorno de déficit de atenção na sua evolução patogênica e que pode chegar a produzir, consequentemente, autismo. Nunca antes na história desse país foi dito algo assim. Para esse médico, a prevenção da alergia alimentar será um grande passo no tratamento do espectro autista.
Há médicos que não consideram essa teoria. Mas, um artigo científico do Dr. Aderbal Sabrá foi reconhecido pela Academia Brasileira de Medicina (ABM) em 2015. Ou seja, sua pesquisa foi referendada, podendo-se dizer, de fato, que há estudos científicos comprovado em suas afirmações. Para esse médico, todo autista é alérgico alimentar antes de ser autista. Veja-se trecho de autoria do referido cientista publicado no endereço eletrônico http://www.sempreincluidos.com.br/cientista-descobre-a…/4899:
Dentre aqueles que são contra a teoria, uma das alegações seria a falta de comprovação científica.Outra alegação de quem é contra as dietas é que, se o autista tem dificuldades de socialização, impor-lhe dietas restritivas inibiria em grande escala os ambientes de socialização. Fato é que o tratamento do autista por meio de dieta e restrição alimentar tem sido constante objeto de debate, sem um consenso em torno do assunto. Por Hanna Baptista, advogada especialista em Direito Médico e mãe de autista.