Com o propósito de defender a importância da inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e destacar as ações desenvolvidas na área nesses 66 anos de existência, a Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) participou, nesta segunda-feira (18), do “II Seminário Regional Mercosul-CPLP: Políticas Públicas para a Promoção e Proteção das Pessoas com Deficiência”, evento que faz parte da Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do Mercosul (RAADH). A organização foi representada pela coordenadora nacional de Educação Profissional, Trabalho, Emprego e Renda, Iracema Aparecida dos Santos Ferreira.

O seminário foi realizado, de forma virtual, pela Associação Brasileira de Cooperação (ABC), e teve a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, e do secretário nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Claudio Panoeiro.

Enfatizando a relevância de políticas públicas e leis que asseguram o acesso ao trabalho, como a Lei de Cotas, Iracema destacou as atividades feitas pela Rede Apae Brasil nessa área e a metodologia utilizada: o Emprego Apoiado (EA), um conjunto de ações de assessoria, orientação e acompanhamento personalizado, dentro e fora do local de trabalho, e realizadas por preparadores laborais e profissionais especializados.

Essa metodologia tem por objetivo orientar e acompanhar os processos, a fim de que as pessoas com deficiência encontrem e mantenham um emprego formal, oferecendo suporte para essa população, suas famílias e as empresas nas etapas da contratação.

Por meio do EA, a equipe da organização tem papel fundamental de atuação, conforme mostrou Iracema. Por exemplo: avalia a pessoa com deficiência; prepara e orienta; avalia o ambiente de trabalho; busca um emprego adequado a partir de uma análise que considera o perfil do candidato e o perfil da vaga; coloca e media o treinamento no local de trabalho; faz o acompanhamento de pré e pós-colocação da pessoa com deficiência, dá o apoio à família e à empresa; inclui a pessoa com deficiência na cultura organizacional da empresa; e ministra palestras para sensibilizar os colaboradores, mostrando a importância de cada um como agente facilitador no processo de inclusão.

“No Brasil, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2019, foram 530 mil pessoas com deficiência a ocuparem vagas de trabalho formal. E nós, da Apae Brasil, com as nossas ações, contribuímos com esse número, fazendo a diferença na vida dos nossos usuários que participam deste programa de empregabilidade em nossa entidade”, afirmou. “O trabalho, por meio do Emprego Apoiado, exerce um efeito reabilitador, traz um significado e um projeto de vida, resgata a dignidade e a autoestima, supera as limitações, traz oportunidade de estudo, a valorização pessoal e aumenta o círculo de amizades.”

A coordenadora concluiu salientando que é possível constatar, nos locais em que as pessoas com deficiência estão incluídas, as mudanças nos relacionamentos interpessoais com os colaboradores e maior desenvolvimento e produtividade dessa população.

“As políticas públicas são importantes para que possamos dar cada vez mais oportunidades às pessoas com deficiência, para que realmente sejam incluídas na sociedade de maneira digna e se sintam parte desta sociedade”, acrescentou.

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