Para o economista Bruno Ottoni, da Fundação Getúlio Vargas, mesmo que a reforma atual não agrade a todos, ela precisa ser feita para que o Brasil deixe de gastar mais do que arrecada no sistema previdenciário.
Ele defende a aprovação da reforma da previdência, ainda que faça reparos à proposta original do governo.
Segundo ele, o Brasil precisa encarar essa mudança, porque a situação fiscal do país é muito delicada, e o Brasil não pode se negar a enxergar o impacto que as despesas com previdência provocam às contas públicas.
No entanto, alertou que com o aumento da idade mínima para aposentadoria, a quantidade de idosos em situação de pobreza irá aumentar e sobrecarregar o BPC, que também é destinado para esse fim. Ele propõe a idade de mínima de 65 anos para aposentadoria, mas com o fim do piso do salário mínimo para o cálculo do benefício.
'Usa a fórmula de cálculo para todo mundo [51% do salário mínimo + um percentual por ano de contribuição]. E desta forma que estou propondo, o menor benefício que a pessoa receberia seria de meio salário mínimo.
Propunha que, por um lado, a reforma ficasse um pouco menos dura e, por outro, propunha que fosse mais dura para compensar essas perdas se fosse reduzida a contribuição de 25 anos e a idade do BPC', disse.