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Mitos e verdades sobre deficiências: Parte 02.

MSWI

16/10/2017

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Olá caro leitor, que prazer tê-lo aqui mais uma vez. Bom... Como prometido hoje dou continuidade a série sobre mitos e verdades, situações inusitadas, o que ou não fazer ao lidar com uma pessoa com deficiência.

 
Na postagem anterior iniciei falando sobre o mito da procriação de deficientezinhos ser responsabilidade apenas das relações sexuais de pessoas com deficiência. Expliquei a realidade sobre a probabilidade das deficiências de origem genética, hereditária etc, mas concluí afirmando que isso não é via de regra.
 
Lembro-me que deixei o gancho de continuidade pra hoje da seguinte maneira... O segundo mito diz respeito ao achismo de que TODOS os deficientes são col (...). Mas aí eu finalizei. Então simbora, pois temos assunto pra chuchu (expressãozinha mineirinha, uai)
 
O segundo mito diz respeito ao achismo de que TODOS nós, deficientes ou pessoinhas com deficienciazinhas como preferem os politicamente corretos, somos coleguinhas, miguxos um dos outros. MITO, minha gente. MI-TO. Não somos uma fraternidade de pessoas colecionadoras de cadeiras de rodas, muletas, aparelhos auditivos, órteses, próteses e afins. Não fazemos parte de uma mesma família como os Addans – aqueles parentes estranhos que tem um primo chamado Itt ou o primo coisa.
 
É muito comum ouvirmos:
 
– Você conhece aquele cadeirante que mora lá na rua sem fim, virando pra fronteira leste, contornando pra o sul que fica no norte do oeste?.
– Não.
– Conhece sô, ele vende bala lá perto do supermercado Estoque é Aqui, ele é muito esforçado que nem ocê, trabalha o dia inteirin e estuda de noite, vejo ele passando com a cadeirinha dele todo dia na porta da minha casa. Uma cadeira igual essa sua, só que preta! Conhece?
– Não senhor. Não conheço.
– Quando cê vê ele com certeza vai lembrar.
 
Lindos coleguinhas do tio Túlio, seu blogueirinho que tá quase trintando, mas com a cara de moçinho do ensino médio... É o seguinte, quando vocês perguntarem pra um deficiente se ele conhece outro deficiente e o deficiente questionado responder que NÃO CONHECE, por favor, pessoas lindas de viver, acreditem, pois o pobre ser humano com defeito de fábrica ou sequelado por um sinistro, realmente NÃO CONHECE! Difícil?
 
Vou ser mais sincero só um cadin... Convivendo no meio das pessoas com deficiência (eu só convivo mesmo, pois gosto de estudar essa espécie), afirmo que a maioria tem uma birra lascada do outro semelhante. Sabe aqueles grupinhos de najas do condomínio, aquela turma da rádio peão lá na empresa? Pois é... Saibam que deficiente também é um bichinho venenoso benhê... A diferença é que os ferrões ficam escondidinhos em baixo dos assentos das cadeiras de rodas, ou escondidos atrás dos óculos escuros...
 
GENTE, GENTE, GENTE... Não me venham com mimimi, pois sou defensor da inclusão e da igualdade em todos os sentidos. Pô! Somos deficientes, mas alguns de nós temos sim o coraçãozinho sem Jesus. Aquele sentimentozinho amargo desejando que o pneu da cadeira daquela mocréia fure. Ou ainda que a bateria do aparelho auditivo daquele surdo metido a nerd acabe bem na hora da revisão da prova. Ah... Sim, eu sei que isso é feio, muito feio por sinal. Mas o que você faz com ou fala do colega também é muito feio. Então porque não deveríamos? Por que somos almas iluminadas, cheias de bondade, sorrisos e uma auréola imaginária na cabeça? Xiiiiii meus amigos... Vocês não sabem de nada, inocentes! (Fui mega criativo com essa frase inovadora).
 
Não estou promovendo ou defendendo a maldade da galera com defeito. Não mesmo! Estou apenas INCLUINDO a normalidade em todas nossas ações como qualquer ser humano. Somos bons, maus, feios, bonitos, felizes, tristes, sentimos raiva, vontade de chutar o balde (eu só não chuto porque se não quebro o meu pé, sacumé né?), distribuímos sorrisos, mas temos nossos dias de bad. Apesar de muitos acharem que somos extraterrestres. Somos humanos!  
 
Caro leitor, nós, pessoas com deficiência não habitamos num planeta diferente do seu. Grande parte dos colegas deficientes que conhecem outros deficientes, geralmente se conhece, porque frequentam as mesmas clínicas de reabilitação, instituições que lidam com assuntos da pessoa com deficiência, têm o mesmo médico etc. Entretanto o fato de se conhecerem, não significa que obrigatoriamente sejam amigos. É lindo quando se forma uma amizade entre os iguais. Mas essas amizades não tem nada de especial, pois são iguais as que vocês faz na academia, no clube, no escritório. Se rolar? Beleza. Se não? Beleza também.
 
Então anota aí no cantinho: DEFICIENTES NÃO SÃO TODOS AMIGOS UNS DOS OUTROS OU SE CONHECEM, O TÚLIO FALOU QUE ISSO É UM MITO. O Túlio é lindo e por me ensinar isso, eu preciso presenteá-lo com uma garrafa de vinho Merlot, Cabernet Sauvignon, precisamente um Le Clementin De Pape Clement, tinto e seco, pois o Túlinho pira na maionese com aqueles taninos macios e final de boca prolongado, com aquele leque aromático intenso, apresentando nuances do cassis com notas de ervas e toque defumado.
 
Anotou? Pois bem... O fato de eu ser deficiente físico não significa que concordo com todas as ideologias transmitidas em grande parte das instituições que lidam com a classe a qual faço parte. Nem todo cego gosta de ver outro cego (puuutz, eu e essa mania de zoar os colegas)... Deixe-me corrigir. Nem todo cego gosta de saber que o ouro cidadão que não enxerga tá de olho (ah você me entendeu) na mina que ele gosta. Entendeu? Pra concluir o segundo mito, reforço à ideia de que nós, pessoas com deficiência somos pessoas distintas, com ideologias distintas, valores e princípios distintos, visões de mundo mais distintas ainda e que, não somos obrigados conhecermos ou conversarmos com o outro defeituoso.
 
No momento em que fiz uma pesquisa com outras pessoas com deficiência, pra eu escrever essa série sobre os Mitos e verdades sobre deficiências, assumi o risco ao expor uma linguagem mais ácida exemplificando cada situação. Comecei com um mito mais técnico, hoje entrei numa questão mais social e na próxima postagem, trarei relatos de deficientes (cegos, mudos, amputados, cadeirantes) que me contaram algumas situações inusitadas, alguns relatos engraçados e que fazem parte de suas rotinas. Enquanto conversávamos, compartilhamos a questão de colocarmos as opiniões dos outros sobre nós, em xeque-mate. Todavia com respeito e muita transparência, afinal o que é um mito pra você, pode ser a nossa verdade ou o contrário. Contudo, quando opiniões incertas, mas superdefendidas, não são debatidas em busca de uma tese racional, a tendência em gerar preconceitos sobe bastante no gráfico das relações interpessoais. Que consequentemente são transmitidos inconscientemente como normais. E qual a solução pra amenizar tamanha confusão? Conversas como as nossas aqui no Mão na Roda. Sim, pois estamos compartilhando nossos conhecimentos, vivências, nossas dúvidas. Estamos promovendo uma curiosidade saudável em busca de informações e o convívio natural com pessoas diferentes, mas iguais. Afinal, quando conhecemos e compreendemos a diferença do outro, conseguimos refletir o altruísmo e respeito, ficando bem mais fácil combater qualquer preconceito. Mão na Roda

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