Felipe Menezes
23/09/2021
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O presidente da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), José Turozi, destacou, nesta terça-feira (21), o papel essencial desenvolvido pelas escolas especiais no país e o protagonismo ímpar das Apaes. Essa defesa foi feita durante sua participação na abertura do XVII Congresso Estadual das Apaes de Santa Catarina, que tem como tema “A Educação Especial em Tempos de Educação Remota: Tecnologia e Práticas Interdisciplinares”.
O encontro foi realizado on-line e contou com a presença da presidente da Feapaes catarinense, Alice Kuerten; dos autodefensores Claudemir Rissi e Rosa Maria; do ex-tenista Gustavo Kuerten, presidente de honra do Instituto Guga; da professora Regina Linhares, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali); da presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), Janice Krasniak; do governador Carlos Moisés; e demais autoridades e parceiros.
O congresso organizado pela Federação das Apaes de Santa Catarina (Feapaes-SC) tem como público-alvo profissionais e estudantes das áreas de educação, saúde e assistência social, bem como gestores, familiares, autodefensores e voluntários comprometidos com as pessoas com deficiência intelectual, múltipla, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e transtorno do espectro autista (TEA).
“Desde os primórdios até os dias de hoje, as escolas especiais são as responsáveis pelos avanços da inclusão no Brasil”, afirmou Turozi, salientando a importância do movimento apaeano nessa e em outras áreas. Em novembro, completará 67 anos de existência. “As Apaes do Brasil são as protagonistas da inclusão das pessoas com deficiência. Fazemos isso diuturnamente. Até 2019, na área profissional, por exemplo, nós capacitamos e inserimos no mercado de trabalho 16 mil pessoas com deficiência. E, recentemente, a empresa Burger King nos ofereceu 398 vagas para os seus restaurantes em todo o país. Inclusive, estamos solicitando às Apaes que façam essas parcerias, para que possamos empregar essas pessoas”, acrescentou.
Na oportunidade, o presidente aproveitou para salientar que somente 5,8% dos profissionais da educação da rede pública têm alguma especialização em educação especial, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
“A família precisa ter a liberdade de colocar uma pessoa com deficiência em uma escola regular e a garantia de que naquela escola haja pessoa especializada e equipamentos, para que a pessoa com deficiência possa evoluir naquela instituição”, disse.
Ações
Em seu pronunciamento, José Turozi abordou a reunião que teve com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, no início deste mês, quando discutiu a política nacional de educação especial e novas linhas de financiamento para inclusão profissional de pessoas com deficiência intelectual e múltipla no mercado de trabalho. O presidente debateu também a nova política de educação especial com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Sugeri aos ministros que a educação no Brasil tem que ser discutida com educadores, as escolas da rede pública e privada e as organizações que, efetivamente, fazem atendimento às pessoas com deficiência”, enfatizou.
Além disso, falou sobre o projeto protocolado pela Fenapaes no Ministério da Cidadania em que pleiteia recursos para contratar profissionais “para fazer a ponte entre as Apaes e as empresas e, assim, viabilizar a empregabilidade das pessoas com deficiência”. “Nós acreditamos muito no potencial das pessoas com deficiência. Temos que investir muito nessa área”, frisou Turozi.
O presidente salientou que, além das áreas educação e trabalho, a Fenapaes investiu em esporte e cultura. Citou as Olimpíadas Especiais das Apaes de 2018, em Canoas (RS), que reuniu 1.500 atletas, e, em 2019, o Festival Nacional Nossa Arte, em Manaus (AM), com a participação de 1.200 artistas.
“Quando fizemos o festival em Manaus, prometemos levar os nossos grupos de danças e danças folclóricas para o Festival de Dança de Joinville. Então, neste ano, vamos bancar toda a despesa do translado dos mais de 100 artistas que irão participar desse festival”, garantiu.
Eventos e ampliação da comunicação
Ao final de seu pronunciamento, José Turozi afirmou que, devido à pandemia de Covid-19, o Conselho de Administração da Fenapaes prorrogou o 27º Congresso para novembro de 2023, que ocorrerá em Maceió (AL). No mesmo período, será realizado o Fórum de Autodefensores e o primeiro Fórum Nacional da Família. “Queremos trazer as famílias para dentro do movimento apaeano”, frisou. A Federação promoverá ainda a 22ª Olimpíada, marcada para dezembro do ano que vem, em Aracaju (SE).
“Quero dizer também que estamos em um processo com o Ministério das Comunicações para conseguir um sinal de rádio e televisão. Queremos compartilhar experiências e levar informação para as famílias, para os nossos assistidos”, acrescentou o presidente.